Cabo Verde tem um elevado défice de solidariedade efectiva de uma agenda social de combate à pobreza e à exclusão social, com os seus efeitos adversos na economia solidária, nomeadamente no que concerne ao Empreendedorismo Social.
O empreendedorismo social tem na sua génese conceptual, a identificação dos problemas sociais e adoptar princípios de empreendedorismo com vista, a organizar, criar e gerir empreendimentos que promovem a transformação social, maximizando desta forma o capital social, necessária ao desenvolvimento sustentável, dos programas, iniciativas e acções políticas e sociais de uma Nação, Sociedade, Cidade ou Comunidade.
Os sectores mais vulneráveis da nossa sociedade-Os encarcerados no Albergue da Desesperança- clamam por uma vida condigna e pelo direito de ser um cofactor contributivo para uma sociedade mais próspera tanto na sua dimensão, económica, social, cultural e solidária.
Pessoalmente, o meu coração lacrimeja, ao ver as profundas disparidades e desigualdades no acesso á justiça, educação e aos bens de primeira necessidade entre o meu povo.A minha alma sussurra os gemidos inexprimíveis no tribunal da solidariedade compreensiva, porém são inaudíveis aos juízes do mesmo.
Ainda assim acredito no “Sonho Caboverdeano”, o sonho de peleja contra o “Apartheid social” que se consubstancia no fosso de desigualdade entre os que banqueteiam nos Palácios do prazer material e os que mendigam ignominiosamente nas mesas daqueles.
Creio na materialização efectiva do sonho, de um País, aonde os mais pobres e excluídos socialmente, não são vistos como “Zé Ninguém” ou “descartáveis” da Sociedade, mas sim como partes integrantes de um capital social propiciador de um Cabo Verde mais Justo e Solidário.