15/11/12

Cabo Verde e a crise Europeia

Cabo Verde é conjunturalmente dependente da evolução do cenário macroeconómico internacional e estruturalmente condicionadas pela adopção de políticas económicas e fiscais consentâneas à exigência da sustentabilidade das contas públicas.

Face a instabilidade económica e financeira na Zona Euro e a incerteza quanto ao seu desfecho- relativamente a possível saída da Grécia do Euro e as subsequentes consequências para toda a Zona Euro e o espectro macroeconómico mundial, requer esforços de saneamento das finanças públicas, com redução das despesas correntes-como sendo as despesas com o pessoal, Municípios e Institutos Públicos- que per si materialmente, constituem o acréscimo das contas públicas- e a intensificação de reformas estruturais, com vista a aumentar a competitividade da nossa economia na sua dinâmica inovativa e desenvolvimental .

O nosso País é subsídio-dependente dos fluxos económicos, condicionado pela evolução da economia internacional, em particular da Zona Euro, o qual detém uma parte significativa das trocas comercias. Ora, Cabo Verde tem a sua moeda ancorada ao euro, em virtude do Acordo de Cooperação Cambial, datada do ano de 1998,daí que seja compreensível alguma apreensão em torno da crise económica Europeia.

Face ao exposto é exigível uma gestão macroeconómica prudencial, pelo que requererá uma estratégia de consolidação orçamental a médio e longo prazo, isto é, que os gastos públicos, designadamente as despesas de funcionamento e com a política social do Estado, devem ser ajustáveis à capacidade de geração de recursos da economia e evitando qualquer desorçamentação das despesas do Estado.

A disciplina das finanças públicas é inegavelmente importante mas não é, porém, suficiente para impulsionar e potenciar o crescimento económico e do emprego, condição exigível para a melhoria de vida dos cidadãos Caboverdeanos. Sendo assim, é de suma importância  que se adopte políticas públicas de incentivos fiscais e a constituição de fundos estruturais, destinadas às pequenas e Médias empresas, com vista a apoiar o relançamento da actividade económica , bem como a flexibilização da legislação laboral, conditio sine qua non, para a competitividade e capacidade de ajustamento da nossa economia, face à exigibilidade macroeconómica nos dias actuais.