Como no céu do nunca
A silhueta hiperbólica
Tão longe da alma da gente
Em dias de rafeiro, a noite
Ampara o soluço do ninho
De mares quebrados em ondas
É saudade
Tão fria como o carvão da memória
Esquecida no lume das migalhas
Na pedra do corvo, a noite
Tão clara como a voz do sarcófago
Dizimada pela dinastia da alma
Em mundos contrários deste mundo
Não faz sentido
Caber no dedo e não na presença
Ter o medo da viagem
Sem arredar os pés da pedra do corvo
Plantando a cabeça na glória
De paz inglória do vento de leste
Deixando no dedo a poeira do ninho
Tão vazio neste mundo de mundos contrários.