09/12/12

(Matarei a morte, eu juro)

Serei o cara que vai ferir a morte, num ato fino de linchamento, matar a morte, de “morte morrida”. Seduzi-la, trazê-la do além, convencê-la do seu total poder sobre a vida. E não terá fogueira nem ritual. Recebê-la-ei nas cordas vocais do Gilberto Gil, e na promessa da dança, e no fundo do meu quartinho estreito executar tal traição. Esmagar seu pulmão, tirá-la o fôlego,  fazê-la cadáver, estendê-la no caixão. Comigo não haverá intermitência, nem sucessora... Comigo é acabar com esta agonia, este pavor de saber que “quem vai morrer sou”, eu e o Gilberto, se não for eu a matar a morte, de morte traída…