Serei o cara que vai ferir a
morte, num ato fino de linchamento, matar a morte, de “morte morrida”. Seduzi-la, trazê-la do além, convencê-la do seu total poder sobre a vida. E não terá
fogueira nem ritual. Recebê-la-ei nas cordas vocais do Gilberto Gil, e na
promessa da dança, e no fundo do meu quartinho estreito executar tal traição. Esmagar
seu pulmão, tirá-la o fôlego, fazê-la cadáver, estendê-la no caixão. Comigo não
haverá intermitência, nem sucessora... Comigo é acabar com esta agonia, este pavor
de saber que “quem vai morrer sou”, eu e o Gilberto, se não for eu a matar a
morte, de morte traída…