Eu e a loucura de mão dadas
Eu e a loucura
de mão dadas!
Numa tarde após a chuva, o ambiente
cinzento de névoa, o barulho das trovoadas, e uma luz que aparece de repente, e
a loucura continua ...
A loucura deixa em mim o poder de voar, de ver o
impossível de tocar o intocável, de desvendar os mistérios, o triste dessa
felicidade é fazer de mim, o ser que eu não sou.
Voltando em mim e a minha tristeza,
fico cego de tanto ver e não vejo o que eu quero ver, de tanto crer e não
poder tocar, sinto um vazio sem a minha loucura...!
O mal de tudo isso é que eu não posso ficar
sempre de mão dadas a loucura, a lucidez me traz a imperfeição, faz de mim um
prisioneiro da procura sem limite, a resposta de um é a pergunta de
outra...
Mas porque? Porque
? Pois é, ai vem mais perguntas,
Com a loucura eu sei de tudo, o tudo que
não é nada, a existência do nada me preocupa porque é dai que vem o tudo. O
tudo é a vida que me leva até a morte ou o tudo é a vida que me leva até a
loucura. Tudo é abraçar a loucura, viver a vida e ver a morte como um
agradecimento.
Ainda bem que eu dei a mão a loucura
porque se não seria um louco.
Vamos dar mais uma volta, vamos.
Eu e a loucura de mãos dadas.