para acabar
desempregad[a]
Ou num emprego da treta
mal pago
E receber uma gorjeta
que chamam salário
Não tirei o Curso Superior de Otári[a]
não é falta de empenho
Querem que aperte o
cinto mas nem calças tenho
Ainda o mês vai a meio
já eu 'tou aflit[a]
Oh mãe: fazias-me
era ric[a] em vez de bonit[a].
É sexta-feira
Suei a semana inteira
No bolso não trago um tostão
Alguém me arranje emprego
Bom bom bom bom
Já já já já! [...]
(BOSS AC, à minha maneira)
Idade: irreverente! Desde quando era criança, aprendi com a minha
mãe que o livro é um amigo de todas as horas. Do meu pai, recebi a força
de acreditar que da vida colhemos os nossos próprios frutos. Ele não era
um camponês, nem um filósofo. Era um sonhador realista. Infelizmente, já não
estão por cá para me meterem uma CUNHA (que dava-me jeito já já já já).
Enfim, como sempre, vou ter que ir à luta (ladeira riba e ladeira baixo). À
cata da sorte!
Dizem-me que tenho dois defeitos capitais: língua afiada e pé de
sabão. E que isso «não é bom» para mulher. Bom, acho que sei como dar um
jeito nisso. E então, agora sim, estou disposta a transformar tais defeitos em
virtudes. Sonho
à distância de um click: um mundo em casa, uma biblioteca em casa e
uma oficina em casa. Isso não é domesticidade, é uma ideia de
auto-emprego, mas, «no bolso, não trago um tostão. Os bancos só emprestam a
quem não precisa.» Por isso, «alguém
me arranje emprego, bom bom bom bom, já já já já!»