Poeiras,
Apenas poeiras.
Poeiras da minha alma,
Que me desafiam e me
limitam os sentidos.
Olho para os lados
A procura de beleza,
Pura beleza!
E não vejo nada que me
cure da minha sorte.
Poeiras,
Apenas poeiras,
Que emanam do meu olhar
Poluindo o ar.
Levanto-me do chão e
olho pró céu
A espera que me acalme
E num grito de dor e
desespero
Encontre minha pele nua,
Minha pele escura,
Soluçando minha
ausência,
Meu desalento.
Caminho…
Os meus pés descalços
Pisam no chão pedrado
pelo calor do sol.
As pedras que me ferem,
Ferem o meu corpo
apenas.
Uma dor menor, muito
menor
Do que aquela que sinto
e não tem cor.
Viajo ao sabor do vento,
Só, ao sabor do vento
Que me transporta
Para os segredos da minha existência
E eu tento lá no fundo
de mim
Descrever as sensações
que me provoca.
E continuo a caminhar
A procura de qualquer
coisa
Que me cure deste vazio
sem nome.