É a menina uma concha
que tem no interior um pão vermelhoe quente que quer ser mordido
a começar já pela água da pele
seios, as nádegas, beijos
gotas de transpiração e uma oásis
de sangue fechada na gaiola
a órfã de dedos uma euforia de flor
preste a explodir a doçura pura da fruta
numa oferenda à canção minúscula
o único paladar do outro corpo
cheio de água e mil fios de cabelos
entre fôlegos despedaçados da harpa.