Por
entre as escadarias de minha sombra, encontro-me com os melaços de uma pele
desconhecida. Em metamorfoses sibilantes com as cores quentes de um mundo até então
por mim desconhecido. África. Danço nas rotinas de meu sono, nos tambores da
noite, nos zumbidos dos bichos. Danço ao som de músicas que nunca me chegaram senão
aos vértices e me passaram despercebidas, porque de mim, pensava, nada me
dizerem respeito.
A
arena empoeirada, os pés furados pelo sol, descalços. Olhares mansos,
profundos, catalisados, perfurantes, por vezes medonhos, incógnitos, fizeram-me, em tempos, recuar. Sair de meu trilho.
Hoje
arrasto os sons, em silêncio, no rosnido da noite, por entre meus vértices,
minhas curvas. Trespassam-me. Vão mais fundo.