Em cortinas de incerteza
O Sol no cume do vento
Reluz nos pássaros a beleza
E pedras húmidas ao relento
Abarcam a vida do caçador
Em terras de reis meninos
Erguendo no ser o seu temor
E na glória as vozes dos hinos
Caravelas de sonhos velejam
Na estrada do faro animal
Os injustos apedrejam
A sombra do pobre castiçal
E em tons robustos de cobrança
O caçador guia-se pela caça
E o reino abastado pela fiança
Vai cantando ao vento que passa
Na ponte dos olhos, as migalhas,
As sobras de um cheiro insabor
Crescem nos ombros das navalhas
Enraizados nas mãos do caçador
Que lavram com medo o escuro
E, em pésinhos de fada, caminhar
Levando na alma um sonho futuro
De um dia a paz e glória respirar
by Johnny Pina