23/10/14

DUETO SOBRE A CHUVA DE ARLETE LOURO PIEDADE E JOÃO PEREIRA CORREIA FURTADO


A Chuva

Chuva pode ser benéfica, fresca e renovadora,
mas também se for num temporal, destruidora!
Chuva pode ser um bálsamo que nos refresca,
Ou porém, uma má tempestade que não presta!

Chuva pode trazer ao seco deserto, a renovação,
Todavia pode causar uma enorme devastação...
Chuva pode acabar com a fome do pobre povo,
Ou pode destruir e ter que recomeçar de novo.

Chuva é que a estéril terra que aguarda, fecunda,
Chuva é que se infiltra nas montanhas e aí funda,
As correntes de onde nascem os ribeiros e rios...

Nas cascatas a chuva dá gargalhada que inunda
De trinados, arco-íris, e faz da tristeza moribunda,
Em trovejantes colunas ou ténues e elegantes fios!

Arlete Piedade
Santarém, 22 de Outubro de 2014

A CHUVA

Aqui a gota de céu é esperada Amiga Arlete Piedade
Mais que uma fortuna é uma imperiosa necessidade
Rezam o padre e o Bispo que Deus de nós tenha piedade

No ano que pouco ou algum cai dos Céus abençoados
Canta o agricultor e dança a mulher já esperançados
Com a Misericórdia que seus males foram acalentados 

A angústia aparece sempre que não seja suficiente
E prevê-se a segura que a planta mostra quase demente
Nos gados e talvez na humana criatura carente

Quando por Deus esquecidos do castigo simplesmente
E dos céus a chuva chega muita diluviana e abundante
Leva tudo as casas e animais e estradas e a frágil ponte

Ficam as lágrimas e os gritos e os choros e a doença
E compreensivelmente resta no homem a esperança
De pegar na enxada e reconstruir com perseverança
     
 TUDO DE NOVO NUM VICIOSO CICLO DA VIDA

Nem sempre e tão mau há ano bom e nada mal
A chuva não é tão pouca nem diluviana e fatal
Ano de festa na colheita e promessa matrimonial

É neste ano que o agricultor suspira com esperança
Põe nela toda a fé e reza a Deus e Santos com crença
E sonha ter casa e esposa amada e uma bela criança!

 João Pereira Correia Furtado
Praia, 22 de Outubro de 2014