25/04/13

"Remar no ângulo reto na incursão"



Remar no ângulo reto na incursão
da última pedrada Caçar na bainha da unha
os anéis de Saturno Sopros apertados no nó do sapato
apodrecem na caligrafia da expressão da cara

Descolagem de aviões nos hélices dos ovos
que bebem o som agudo da máquina de escrever
recados nos telhados da Lisboa em chama
e a cidade da Praia arde em papel
enquanto os insetos dragam a ranhura dos dentes
o sémen incendeia no olfato

Átomo seco na fundura do cabelo
faz uma vírgula e um laço hirto
no menear dos astros Fica ali longe
fósforo na posição do farol distante do penteado
das areias que conservam na escama humana da fauna.